Em resumo, ela estava apaixonada demais para enxergar o óbvio, o quanto ela entregava seu coração era admirável e doloroso ao mesmo tempo, tola, não imaginava o quanto isso lhe custaria mais tarde, embora isso parecesse a escolha certa. Acontece que quando nos apegamos demais nós nos cegamos, e vemos apenas aquilo que queremos que aconteça, inevitável. O fato de ter sido abandonada na infância, a fez criar uma dependência específica por caras mais velhos, altos e por hora confusos, que não a valorizavam. E então, ela aceitava acreditando que era o que merecia, como fazia quando recebia desprezo ao invés de carinho, e rejeição ao invés de amor . Não podia ter o básico. Não lhe era concedido o apoio da família para que ela pudesse se sentir acolhida, e futuramente, saber diferenciar amor de dependência, e paixão de carência. Por isso acabava se envolvendo em relacionamentos destrutivos, que a deixavam a beira do abismo, procurando um sentido para continuar vivendo.
Considerando a vida que levava, era difícil sentir paixão pela vida, e encontrar um propósito que a permitisse continuar... (...)
Isso foi surpreendente. Eu consegui sentir meu peito sufocar enquanto lia. Não fazia ideia que você pudesse usar tão bem as palavras.