Nesse momento você estaria me contanto a citação do seu livro favorito, que te deixou anestesiado em meio a este holocausto que está a sua vida. Era pra estarmos deitados juntos conversando sobre como foi o dia. Se você escolheu café com creme, com ou sem leite.. se hoje foi um daqueles dias em que a ansiedade atacou a ponto de ter que recorrer a nicotina.. ao álcool. Era pra estar desabafando sobre seus medos e traumas, na mesma intensidade em que me conta com entusiasmo o motivo que o faz levantar todas as manhãs. Era.. no passado, pois não é mais.
(...)
Você desfez com tamanha facilidade o que tinhamos que chego a pensar que não signifiquei nada para você. Que foi apenas mais uma fase da vida. Não aquelas que nos alegramos ao contar, mas aquelas em que enterramos no mais profundo e obscuro de nossas almas, onde moram lembranças das quais evitamos pensar, pois no momento em que sentimos em nossa pele, retorna todas as dores do passado. Deve ser isso que fui pra você. Apenas mais uma dor da qual você irá enterrar sem pestanejar, e definitivamente evitará lembrar que um dia existiu.
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E no instante em que pensei ter me desapegado de você, me veio nossas memórias mais bonitas. Das quais me recuso esquecer. Aquelas em que da vontade de morar, se pudesse. O que dói nem foi o fato de você ter ido embora, o que devasta o meu peito, é a degradante forma em que desfez do que somos, ou fomos. De como você tratou com tamanha insignificância e superficialidade essa relação em que me dediquei com tamanha devoção. Você me tratou como se eu não tivesse tocado sua alma. Como se eu fosse apenas uma de suas passadas aventuras, destruindo toda e qualquer esperança de nós. E quando decidiu decifrar o que fomos, não pontuou nem muito menos considerou nossa conexão. Apenas soltou no verbo mais vago e raso possível, deixando apenas desgostos e angústias na historia que pensei um dia poder contar com alegria. Você tocou minha alma como ninguém, mas no fim, fui apenas mais uma pra você. 🥀
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